David Wark Griffith foi um dos primeiros revolucionários do cinema. Ele mudou um paradigma e criou um jeito de fazer cinema que permanece até hoje. Num tempo em que o cinema imitava o teatro, isto é, as cenas eram filmadas, do começo ao fim, de um único ângulo, ele ousou com closes e movimentos de câmera. As mudanças provocaram reações gerais, tanto de produtores quanto de atores, que diziam que a plateia pagava para ver os personagens de corpo inteiro. Além disso, observavam com severidade, como poderiam os espectadores compreender os saltos no tempo e espaço. Uma das respostas do inovador diretor era de que Charles Dickens escrevia assim. O escritor inglês era uma de suas maiores inspirações para fazer o novo cinema.
Griffith enalteceu a obra de Dickens e as duas artes se cruzavam intensamente já lá nos idos de 1910.
Foi a partir da leitura da obra do cineasta que me interessei por ler Dickens e o primeiro livro que deliciosamente devorei página a página foi Oliver Twist.
O menino órfão, que dá nome à história, acaba se juntando a uma gang que procura iniciá-lo em uma vida de crimes. É Londres no século XIX, capitalista e injusta, que leva o menino ao submundo da sociedade. A partir daí ele vai comer o pão que o diabo amassou nas mãos de tipos deploráveis que cruzam seu caminho.
Dickens é mestre na descrição das personagens e faz o leitor se apaixonar pela história. A riqueza de detalhes de cada uma é impressionante, criando imagens que ficam marcadas na mente de quem lê.
A crítica social é bastante presente na obra, realçando a pobreza generalizada, a grande distância entre ricos e pobres, violência, pessoas e instituições corruptas que agem sempre em busca de dinheiro, pensando em levar alguma vantagem.
Enfim, uma obra genial como foi também o trabalho cinematográfico de David Griffith que, por razões óbvias, reconheceu o talento do escritor inglês e mudou o cinema.
Uma ótima leitura!!
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