domingo, 12 de setembro de 2021

Você vai ficar mais rico lendo O Capital no Século XXI

 

    Foi num texto do excelente colunista gaúcho do Correio do Povo, Juremir Machado da Silva, que encontrei uma boa storyline sobre a obra do francês Thomas Piketty. De acordo com o colunista, o economista francês Thomas Piketty ficou famoso ao provar que o capitalismo, deixado a si mesmo, concentra riqueza e não o contrário, criando ricos por herança, não por trabalho de cada um. A partir deste comentário de Juremir me interessei pela leitura. Em O Capital no Século XXI (2013) nos deparamos com um levantamento de dados impressionante sobre os caminhos percorridos pelo capital ao redor do mundo nos últimos 300 anos. Evidentemente, os dados de países desenvolvidos são mais precisos e também mais antigos. O autor buscou informações relacionadas as declarações de renda das populações. Neste sentido, o Brasil, praticamente ficou de fora das avaliações do escritor por ter criado uma legislação fiscal só recentemente, ou seja, há menos de 100 anos.


     Piketty faz a conclusão óbvia para quem tem um mínimo de percepção sobre as condições de vida atuais e nosso planeta, só que faz isso com um rico embasamento. Ele põe por terra a ideia da meritocracia, deixando claro que o universo dos mais ricos não muda. O fato de alguém furar a bolha, saindo de uma condição adversa, constitui-se uma exceção à regra que, ao mesmo tempo, serve para legitimar o sistema, passando a ideia de que funciona. Enfim, do jeito que as coisas andam nunca haverá distribuição de renda justa no planeta e os que têm mais terão cada mais.
Thomas Piketty, de esquerda sem ser marxsista.

Ao longo da leitura, parece ser uma expectativa legítima que o leitor queira saber o posicionamento do autor. Uma posição que parece ser óbvia, afinal, se ele condena o capitalismo como sistema capaz de tirar o mundo da pobreza. Piketty se revela de esquerda mas sem ser marxsista. Coisas de nosso tempo.

    Uma peculiaridade da narrativa de Piketty é o uso frequente de referências de romances de época como os de Jane Austen e Honoré de Balzac. Usa estes dois escritores para ilustrar como, no início do século XIX, as pessoas obtinham renda e faziam investimentos. Mostra com as obras como era lógico desdenhar o trabalho a favor do casamento pela riqueza.

    A leitura de O Capital no Século XXI certamente deixará o leitor mais rico, culturalmente, é claro. Mas, o enriquecimento não se dará do dia para a noite já que a obra exige um fôlego especial dado ao volume expressivo de páginas.

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