terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Viagens e Montanhas de Arlindo Zucchello - para apaixonados como o autor

 

Ao chegar ao topo da montanha mais visitada pelos montanhistas no mundo, a quase seis mil metros de altitude, próximo das bordas do inativo vulcão Kilimanjaro, no dia 21 de novembro de 2011, ele não teve dúvidas, abriu a bandeira vermelha e verde de Concórdia, SC, para fazer a foto no Pico Uhuru, na Tanzânia, no topo da África.

O montanhista/jornalista e dublê de escritor, é concordiense de nascimento, mas, a julgar pelos tantos lugares que já conheceu, pode ser considerado cidadão do mundo. A homenagem ao município natal ele já havia feito ao fim da subida do gelado Elbrus, na Rússia, o ponto mais alto da Europa, a 5.642 metros. Depois, em outro momento, ao chegar ao Monte Caburai, o ponto mais distante do Brasil, no estado de Roraima, mais uma vez fez questão de registrar o momento com uma bandeira de Concórdia e a colocou no lugar do pavilhão nacional corroído pelo tempo, antes alçado por espia de aço em roldanas. 

Os relatos detalhados desses e outros fatos estão registrados no livro Viagens e Montanhas lançado pelo autor em 2016. Ele conta detalhes interessantes de suas empreitadas a pé pelo mundo.

Estão lá a subida ao monte boliviano Huyana Potosi, a aventura até o mítico Everest, entre o Nepal e Tibete, onde alcançou o campo base da famosa montanha e o trajeto de mais de mil quilômetros, feito em 26 dias pelo Caminho de Santiago de Compostela, entre a França e a Espanha, o Monte Caburai, o ponto mais distante do Brasil, no estado de Roraima e a subida ao Monte Vicuñas, 6.067 metros, no Chile, .

Li o livro de Zuchello com imensa curiosidade, afinal, quem não quer ter um pouco de mundo, né? É difícil fugir do jargão e não dizer que “viajei com o autor”, acompanhando as narrativas. Alcancei com ele picos gelados, montanhas cobertas de neblinas, lugares exóticos e surpreendentes e paisagens deslumbrantes.

Não chega a dar bolhas nos pés, nem torções em tornozelos, mas é uma leitura de tirar o fôlego que vale a pena ao final da jornada.

Só um apaixonado faz o que o Zucchello faz. As “escalaminhadas”, como ele diz, já foram tantas que já não cansa mais. “Trilhas e tantos trekkings me propiciaram melhores condições de saúde física e mental”, revela.

Por último, chama atenção o estilo linguístico do autor. Não estranhe a economia de preposições e verbos. A característica dá um sabor especial à leitura e mantém a narrativa em alto nível.



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